quarta-feira, 4 de março de 2009

Ainda sobre a Faixa de Gaza

O comentário é breve... mas vale a pena a leitura.
E vale também refletir, como essa história de mídia é confusa... Para os menos atentos, o conflito na Faixa de Gaza já não existe mais! Olha só que milagre... O problema é que isso não é verdade. O assuntos apenas saiu da mídia...
Mas os problemas ainda estão lá... e continuam... e são antigos...
Ao menos alguns de nós, talvez apenas pela obrigação de ofício, ainda prestamos atenção, apesar de sabermos que lá existe gente como nós, que também sofre e que espera (acredito) que em algum momento o restante do mundo se mobilize para quem sabe acelerar uma solução...





"O novo antissemitismo", Umberto Eco O Estado de S.Paulo, 26/2/2009 [traduzido de The New York Times] em http://arquivoetc.blogspot.com/

No mês passado, em resposta à guerra em Gaza entre Israel e o Hamas, o pianista Daniel Barenboim pediu a intelectuais de todo o mundo que assinassem uma declaração exigindo uma nova iniciativa para resolver o conflito (ela foi recentemente publicada no "The New York Review of Books"). À primeira vista a intenção é quase ruidosamente óbvia: a meta básica é empregar todos os meios possíveis para pressionar por uma mediação vigorosa. Mas o que é significativo é que um grande artista israelense é o responsável por essa iniciativa.É um sinal de que as mentes mais lúcidas de Israel e seus maiores pensadores estão pedindo às pessoas para pararem de questionar que lado está correto e que lado está errado, e em vez disso trabalharem para uma coexistência entre os dois povos. Neste sentido, seria possível entender os protestos políticos contra o governo israelense [...] [Tradução: George El Khouri Andolfa

segunda-feira, 2 de março de 2009

Israel e os ataques à Gaza

O estudo sobre a formação do povo hebreu integra o elenco de temas obrigatórios, quando se trabalha Antiguidade Oriental.
Este ano, além do breve roteiro que apresenta sua formação, propus uma reflexão sobre a história de formação do Estado de Israel e os problemas que a cercam.
A referência aos ataques à faixa de Gaza tornaram-se obrigatórias. O texto abaixo, escrito por Eric Hobsbawm pode auxiliar os que se envolverem com esta tarefa.


London Review of Books, "LRB contributors react to events in Gaza", 15/1/2009 http://www.lrb.co.uk/web/15/01/2009/mult04_.html

O livro mais recente de Eric Hobsbawm é Globalização, Democracia e Terrorismo, 2008, Companhia das Letras.

Durante três semanas, a barbárie esteve à vista do público mundial, que olhou, avaliou e, com raras exceções, rejeitou as ações de terrorismo militar, por Israel, contra 1,5 milhão de seres humanos cercados, desde 2006, na Faixa de Gaza. Nunca antes as justificativas oficiais para a invasão de um país por outro foram mais patententemente refutadas por uma combinação de câmeras de televisão e aritmética; ou as notícias sobre 'alvos militares', pelas imagens de crianças ensanguentadas e de escolas em chamas.
13 baixas do lado israelense, 1.360 baixas do lado palestino: fácil ver que lado é vítima. Não há muito mais que tenha de ser dito, sobre a horrenda operação israelense em Gaza. Exceto no caso de que sejamos judeus.
Por causa da nossa longa e pouco precisa história de povo em diáspora, a nossa reação natural aos eventos públicos tem sempre incluído a pergunta: "E isso é bom ou é mau para os judeus?" No caso da guerra de Gaza, só há uma resposta possível, inequívoca: "Não é bom para os judeus. É mau para os judeus."
É patentemente mau para os 5,5 milhões de judeus que vivem em Israel e nos territórios ocupados de 1967, cuja segurança fica ameaçada pelos atos de guerra que o governo de Israel empreendeu em Gaza e no Líbano. Esses atos de guerra manifestam a incapacidade do governo de Israel para perseguir seus objetivos declarados - e são atos que perpetuam e aprofundam o isolamento de Israel num Oriente Médio hostil.
Dado que o genocídio e a expulsão em massa de palestinos do que resta de seu território original não é item de qualquer agenda, tanto quando tampouco se visa a destruir o Estado de Israel, só a coexistência negociada de israelenses e palestinos, em termos igualitários entre os dois povos pode ser pensada como base de um futuro estável.
A cada nova aventura militar, como em Gaza e no Líbano, mais essa solução de conciliação vai-se tornando difícil e mais se reforça o poder da direita israelense e dos colonos fanáticos da Cisjordânia que jamais desejaram qualquer solução de conciliação.
Como já aconteceu na guerra do Líbano em 2006, o massacre de Gaza torna ainda mais sombrio o futuro de Israel. E também tornou mais sombrio o futuro dos nove milhões de judeus da diáspora. Não sejamos hipócritas: criticar Israel não implica qualquer antissemitismo.
As ações do governo de Isral cobrem de vergonha todos os judeus e, mais importante que isso, faz crescer o antissemitismo, no século 21. Desde 1945 os judeus, dentro e fora de Israel, beneficiaram-se muito da má consciência de um mundo ocidental que se recusou a receber migrantes judeus nos anos 30, antes de o mesmo ocidente ou cometer genocídio ou não lutar contra ele.
Quanto, dessa má consciência, que conseguiu eliminar virtualmente o antissemitismo ocidental por 60 anos e produziu uma era de ouro para a diáspora dos judeus, sobrevive hoje?
A Israel que ataca Gaza não é a Israel do povo vítima da história. Não é, sequer a "pequena valente Israel" da mitologia de 1948-67, um Davi enfrentando os Golias adjacentes.
Israel está deixando de fazer jus à boa-vontade do mundo, tão rapidamente quanto os EUA de Bush perderam o direito à boa-vontade do mundo - e por motivos muito semelhantes: nacionalismo cego e a megalomania do poderio militar.
O que é bom para Israel e o que é bom para os judeus, como povo, são coisas evidentemente conectadas, mas, até que haja solução justa para a questão palestina, o que for bom para Israel será mau para os judeus. É assim, e não poderia ser diferente disso. É essencialmente importante que os judeus digam isso em todos os espaços e em todos os fóruns.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Nosso futuro comum

Engraçado... sábado, postei algo sobre mudanças desejáveis na produção de energia (texto logo abaixo). Domingo, num zap noturno, parei pra ouvir Hugo Penteado, sendo entrevistado por Gabi (reprise de um programa de abril/08).
Economista e ambientalista, como ele mesmo se classifica, Penteado fazia um comentário que derruba imediatamente, com argumentação racional e precisa, meu devaneio de um dia antes... Não basta buscar energias alternativas, é preciso reduzir a "pegada ecológica"!
Num resumido resumidíssimo (correndo riscos, é claro), ele nos faz perceber o seguinte: existimos no mundo por conta de matéria e energia. Nenhuma das duas pode ser criada pelo homem. O que ele faz é aproveitá-la, transformá-la para poder consumi-la. O que significa que a única saída é consumir menos.
É... a coisa é mesmo séria... e não é preciso pensar muito e ler muito para entender que o raciocínio é simples. Ou nos comprometemos ou todos pereceremos. Em palavras dele: "ou mudamos ou perecemos".
Não se trata de decisão de governo, de vontade política apenas. É preciso haver comprometimento individual, mas adesão global. E pra dar ênfase a seu raciocínio ele "recorta" palavras de Gandhi: "você deve ser a mudança que gostaria de ver no mundo". Aliás, com essa frase ele encerrou a entrevista que assisti ontem.
Hoje, fiz uma pesquisa ligeira por Hugo Penteado e encontrei seu blog "Nosso futuro comum", que já adicionei à minha lista. Vale a pena passar por lá.
Vamos acompanhar?
Pessoalmente, iniciei meu 2009 disposta a reduzir consumo e divulgar minhas novas práticas. Por exemplo, reduzir ao máximo a utilização de sacolas plásticas do supermercado. Tenho levado a minha própria "sacolona" de compras. E sobre isso, Penteado comenta que a rede Wal-Mart está iniciando (região NE do país) uma campanha de estímulo a essa prática, dando desconto aos consumidores que não utilizam as tais sacolas. É pouco, eu sei... há outras coisas que faço, outras que ainda quero fazer e como o Penteado reconheço que a diferença que minha ação individual pode representar para o planeta é "zero". Ainda assim, acho que devo ser parte da mudança que gostaria de ver... Então...

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Quarta Revolução Industrial?

Será que ela está por aí??? Se não está, ainda, já devia ter chegado.... Falo da revolução que vai implantar definitivamente a utilização de energia limpa e/ou fontes alternativas. Tem muita coisa sendo feita nesse sentido, mas ainda estamos longe de conseguir reverter o estrago causado até aqui...
Do século XVIII até aqui muita coisa mudou. Começou com o carvão (vapor), depois o dínamo (eletricidade) , motor à combustão com queima de combustíveis fósseis... Aquilo que vc já sabe. E chegamos ao XXI, dois séculos e meio depois, com um planeta "detonado".
Não dá pra ignorar. A enquete sobre "o que te preocupa" deu aquecimento global "na cabeça"... Pois é... A coisa é séria... mas a gente só está adiando... empurrando com a barriga.
O problema é que não estamos prontos para deixar de lado nosso conforto, nem nosso modo de consumir. Ou estamos?
Acho que qualquer um que pense um pouco sobre essa questão tem que reconhcer que se mantivermos o nível de consumo atual não será nada fácil resolver o problema... Mais que isso, imagine se "todo o mundo" (todos mesmo!) no planeta pudesse consumir como consomem sociedades como a nossa, ou a norte-americana?
Não dá pra deixar de produzir. Não dá pra deixar de consumir. Ainda assim, faço a opção por acreditar que o homem tem como reverter... é só questão de vontade política...
Será? Leia um pouquinho. Pense um pouco... Comente! Apareça! O planeta é nosso!

Religião e poder...

Esta semana, enquanto preparava aulas sobre Antiguidade Oriental, grifei uma frase sobre religiosidade no Egito: "... a religião foi o elemento cultural mais atuante na vida egípcia".... e fiquei pensando... Só na vida egípcia???
Se a conversa for sobre Antiguidade, fica realmente difícil dizer que isso seja um traço específico dos egípcios. Na Mesopotâmia a quantidade de deuses era igualmente grande e a importância deles na vida diária também. E por falar nisso, caso ainda sobreviva em vc aquela curiosidade típica do início da vida escolar... (difícil, né?... mas...) recomendo a visita a um site muito "divertido" http://www.angelfire.com/me/babiloniabrasil/deusasdeuses.html.
Continuando pelo Oriente Médio, temos os persas que explicaram o mundo pelo confronto (dualismo) entre o Bem e o Mal... Têm os deuses gregos, mais as criaturas, os heróis... os romanos que são "meio cópia"...
Na Idade Antiga também surgiu o monoteísmo hebreu, o judaísmo que depois vai dar origem ao cristianismo, catolicismo, protestantismo...
Tá... mas foi só na Antiguidade?
Parece que não... a favor ou contra, valorizando ou discutindo, a questão religiosa ainda ocupa muito espaço na mídia, na vida, nos centros de poder. A diferença talvez seja a forma como os representantes lidam com essas questões.
No passado o faraó era deus. Ponto! Ele acreditava que era deus? Não vem ao caso. O povo acreditava.
De modo semelhante, no século XXI, a despeito de toda ciência e racionalidade, as questões espirituais e as religiosas ainda se misturam às questões políticas.
Será que vcs se lembram da música do Legião? O Senhor da guerra? "Deus está do lado de quem vai vencer..." Será que é por aí?
É... esse tema dá muito o que falar...

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

"Dinossauros brasileiros"...

Parece piada? Mas não é. Se vc é alguém ligado no que acontece por aí (no campo da História... quero dizer...) já deve saber... Foi notícia, ano passado. Mas quem não acompanhou pode conferir!
Digite: uberabatitan ribeiroi e amazonsaurus maranhensis. Vc vai conhecer os nossos dinossauros mineiro e maranhense. As pesquisas são mais antigas,mas as conclusões e tal... foram divulgadas ano passado.
Vai lá... depois... passa aqui e comenta o que achou.
Dá pra imaginar? Dinossauro aqui no Brasil?!

Blog do Moraes!

Ehe! Aí na lista, vai o blog do Moraes, que não é meu parente não... mas que é colega da área.
Passem por lá pra visitá-lo!

Revolução Industrial, pra todos os gostos

Esses dias, em conversas com colegas, em tempo de planejamento, fui informada de uma pesquisa que indica que 90% "dos jovens" (numa faixa etária que começa com algo em torno de 11/12 anos e se estende até.... não sei(!) pq quem comentou não informou...) que frequentam escolas particulares utilizam a comunicação via internet. Por outro lado, só 30% realiza pesquisas através dela.
Fiquei surpresa, porque esse tipo de atividade é bastante solicitada pela maioria das instituições e seus professores. Isso quer dizer que os alunos ainda usam livros? Enciclopédia? Acho que sim... Ou... não fazem tarefa mesmo (!!!... rsrsrs)
Mas o que me ocorreu é que se formos avaliar o resultado do trabalho dos 30% que usam "a rede" para fazer trabalho de escola também vamos encontrar problemas. Há de tudo por aqui... (!..?....) Não que os livros sejam infalíveis, ou contenham "a verdade", mas sempre existe um critério antes de sua publicação que obriga o autor a ser, no mínimo, criterioso com o que escreve e apresentar suas próprias fontes.
Vejam, por exemplo, o tema Revolução Industrial... Se vc digitar a expressão no Google vai obter um retorno de aproximadamente 394 mil indicações/links (!!!). Lá, em primeirão, nossa conhecida Wikipedia!
Se gastar um tempinho e abrir os primeiros encontrará uma grande variação de abordagens. Por exemplo, um pequeno texto com princípio, meio e fim (conclusão) no site "Sua pesquisa". (http://www.suapesquisa.com/industrial/)
É claro que seria impossível esgotar o assunto (os autores sempre escrevem isso... rsrsrs) em um artigo de uma página (ou menos), mas muitas vezes, além de ser superficial o texto se torna em "sopa de letrinhas" que pode assumir qualquer arranjo quando descer "goela abaixo" do leitor... (é claro que seria melhor que fosse "goela acima"... se me entendem...).
De qualquer modo, dar uma lida (e não apenas imprimir pra entregar para o "prof") já é melhor que não fazer pesquisa/tarefa. Mas o mais legal é (independente da extensão ou da qualidade do texto) ler, pensar um pouco sobre o que leu e concluir com sua própria opinião. Isso faz toda a diferença!
Então... que tal praticar? Passe pelo link que sugeri, acima. Dê uma lida (é curtinho!). Think about...
O que achou? Deu pra entender alguma coisa? Ajudou ou piorou? Concorda com a conclusão?
Vamos tagarelar sobre.... ok? Fico esperando!